sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

OH, MORTE!



Morte, oh morte!
Por que destilas o fel
Sobre o mel das vidas?

Morte, oh morte!
Por que separas vidas
Com a guilhota
Alterando a rotina do céu?

Morte, oh morte!
Passas já de mim,
Mas como assim me livrar
Se fazes parte de mim?

Morte oh, morte!
Por que me buscas
Quando quero ficar
Por que ficas quando quero buscar?

Morte, oh morte!
Por que em mim te enlaças
Quando com as taças
Quero a vida brindar?

Morte, oh morte!
por que enquanto não me abraças
Abraças os meus
Levando-os aos teus breus?

Morte, oh morte!
Por que de tão sozinha
Sozinha também me deixas?

Morte, oh morte!
Não sejas assim tão cruel
Levando-nos até ao céu
Numa dor insuportável!

Morte, oh morte!
Como podes ser Divina
Se trazes dor, sombra, malefício?

Morte, oh morte!
Não te quero bem
Como bem me queres
Mas ao nosso encontro terreno
Subamos ao céu num bailado sereno!

(Valquíria Duarte)

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