sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MEU SONHO



Caminhando por noite escura
Sonho com o dia de te encontrar
Pra por completo preencher a lacuna
Que no fundo do peito está a morar

Este sonho que me persegue
Não me deixa ser feliz.
Uma obsessão que me segue;
E minha lucidez por um triz.

Esse sonho tem um nome,
Muito lindo e angelical
Uma aparição que não some,
Concreta e sensual.

Seus olhos negros, sua pele alva,
Suas curvas definidas e alongadas;
Castigam a pureza da minha alma
No desejo de apalpá-las.

Sonho em te tocar, ao menos,
Com minha boca na tua boca.
Sem saber o que faremos
Nessa aventura muito louca.

Tua timidez me intimida;
Teu olhar me deixa cega;
Tua covardia me indigna
Mas tua beleza é que me pega!

Quando dizes que me queres,
É que falto enlouquecer.
Só espero que me pegues,
E isso nada de acontecer.

Se a tua alma é minha
E minha alma é tua,
A felicidade caminha
Para um leito, toda nua.

O meu sonho está presente
Como um homem bem real,
É o meu vizinho de frente
Que eu nunca vi coisa igual!

O que esperas que eu faça,
Pra nos entendermos enfim?
Aproveitando o tempo que passa,
Pra ter você só pra mim.

DIZ QUE AINDA ME AMAS!



Se encontraste alguém que amou teu corpo como eu amei
        Diz que não me amas
Se alguém beijou tua boca como eu beijei
       Diz que não me amas
Se te enlouqueceram como eu enlouqueci
       Diz que não me amas
Se deliraste em outro corpo como deliraste no meu
       Diz que não me amas
Se choraste por alguém como choraste por mim
       Diz que não me amas
Mas se nunca conseguiste nada do que eu disse
       Então, por favor, diz que ainda me amas.  (Valquíria Duarte)
                                 
                   
                                              

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

DESTINO


Destino?
O que é o destino?
Quem é o destino?
O que ele ganha ao mandar a gente fazer isso ou aquilo?
O que recebe ao nos colocar no caminho que ele quer?
Ao nos mandar ficar, viver eternamente, com a pessoa que ele escolher?
Em não querer nos dar aquilo que desejamos, que julgamos merecer?
Em nos julgar e condenar da maneira que ele julga ser correta?
Quem lhe paga?
Pra quem trabalha?
Por que faz isso conosco?
Por que faz isso comigo?
Por quê?

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

INGRATIDÃO

Quantas dores pode suportar                                                         
Um pobre coração?
Quando para mim
A maior  é a ingratidão.
Amar é se dar, se doar
Se dedicar a alguém
Que nem sempre 
É capaz de reconhecer
Tamanhos sacrifícios
A intenção do que se quer fazer.                                                                  
Amar um homem, uma mulher
Um pai, um amigo, um irmão
Uma mãe, dentro da questão.
Amar um filho
É esquecer de si própria
Morrer para o mundo
Amor mais profundo.
Esquecer que é mulher
Esquecer que é um ser
Deixar de vestir
Deixar de comer
Muitas vezes deixar de viver,
Mas para quê?
Para ouvir palavras
Que penetram na alma
Dilacerando víceras
Sangrando e ardendo
Em dores tão insuportáveis
Que tiram as forças para gritar
Apertando o peito e a garganta
Num brado silenciado
Pela dor da ingratidão.
E para quê tudo isso?
Ter filho é padecer no paraíso
Como disse o poeta.
Terá sido disso sua morte então?
Ah, ingratidão!
Dor que me deixa desarmada
Porque meu amor é a única arma
A qual tenho para contra-atacar.
Criamos filhos para o mundo
Criamos filhos para a vida
Criamos filhos para amar.
Não são nossos filhos meus
São apenas filhos de Deus
E é o mundo, a vida, nosso Deus
Que vos farão ver
O que a falta de um amor
Será capaz de fazer.
Quantas dores pode suportar
Um pobre coração
Quando para vocês
A maior será, a solidão.   (Valquíria Duarte)