quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

CARTA QUE JAMAIS MANDARIA



Meu amor, onde será que estás agora?
Aflijo-me só de pensar em te perder.
Tento esquecer que viajaste, faço hora
Mas volta e  meia desejo te ver.

Acostumei-me a sair e ter você por perto
sempre seguindo, cercando, vigiando
Interrogando a mil perguntas, com ciúme certo,
Finjo não gostar, reclamo, mas te amando.

Com você sinto-me sozinha, perdida.
Sem você sou quase nada, esquecida;
Com seus gritos  e grosserias, sinto dor.
Mas com seus cuidados sinto amor.

Tenho medo que se abuse de mim e me deixe.
Sou segura aos seus olhos, firme aos amigos.
Mas por dentro sou frágil, de sonhos falidos
Penso até em te dizer: eu te amo, nunca me deixe!

Mas meu orgulho imbecil, nunca permitiria
Se algum dia reparar no fundo do meu olhar,
Finalmente vai descobrir o meu louco amar,
Infelizmente da minha voz isso nunca ouviria
E essa é uma carta que eu jamais mandaria!

(Valquíria Duarte)

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