Prosa Poética

DIZ QUE AINDA ME AMAS!



Se encontraste alguém que amou teu corpo como eu amei
        Diz que não me amas
Se alguém beijou tua boca como eu beijei
       Diz que não me amas
Se te enlouqueceram como eu enlouqueci
       Diz que não me amas
Se deliraste em outro corpo como deliraste no meu
       Diz que não me amas
Se choraste por alguém como choraste por mim
       Diz que não me amas
Mas se nunca conseguiste nada do que eu disse
       Então, por favor, diz que ainda me amas.
                                
                   
                                              

 


DESTINO


Destino?
O que é o destino?
Quem é o destino?
O que ele ganha ao mandar a gente fazer isso ou aquilo?
O que recebe ao nos colocar no caminho que ele quer?
Ao nos mandar ficar, viver eternamente, com a pessoa que ele escolher?
Em não querer nos dar aquilo que desejamos, que julgamos merecer?
Em nos julgar e condenar da maneira que ele julga ser correta?
Quem lhe paga?
Pra quem trabalha?
Por que faz isso conosco?
Por que faz isso comigo?
Por quê?




INGRATIDÃO

Quantas dores pode suportar                                                         
Um pobre coração?
Quando para mim
A maior  é a ingratidão.
Amar é se dar, se doar
Se dedicar a alguém
Que nem sempre 
É capaz de reconhecer
Tamanhos sacrifícios
A intenção do que se quer fazer.                                                                  
Amar um homem, uma mulher
Um pai, um amigo, um irmão
Uma mãe, dentro da questão.
Amar um filho
É esquecer de si própria
Morrer para o mundo
Amor mais profundo.
Esquecer que é mulher
Esquecer que é um ser
Deixar de vestir
Deixar de comer
Muitas vezes deixar de viver,
Mas para quê?
Para ouvir palavras
Que penetram na alma
Dilacerando víceras
Sangrando e ardendo
Em dores tão insuportáveis
Que tiram as forças para gritar
Apertando o peito e a garganta
Num brado silenciado
Pela dor da ingratidão.
E para quê tudo isso?
Ter filho é padecer no paraíso
Como disse o poeta.
Terá sido disso sua morte então?
Ah, ingratidão!
Dor que me deixa desarmada
Porque meu amor é a única arma
A qual tenho para contra-atacar.
Criamos filhos para o mundo
Criamos filhos para a vida
Criamos filhos para amar.
Não são nossos filhos meus
São apenas filhos de Deus
E é o mundo, a vida, nosso Deus
Que vos farão ver
O que a falta de um amor
Será capaz de fazer.
Quantas dores pode suportar
Um pobre coração
Quando para vocês
A maior será, a solidão.

TORTURA DE UM DESEJO

 

 

 

 A tortura de um desejo é como uma criança  

Na vitrine de uma doçaria 

Olhando guloseimas e iguarias 

Sem poder comprar.

É um mendigo faminto à porta de um restaurante            
Olhando as pessoas saciarem sua fome,
Sem em nada poder tocar.                                                     
É um perdido num deserto
Sofrendo o calor e a sede
Sem nenhum oásis por perto.                                            
É estar duas horas de pé                                                                                
Numa fila qualquer
Com uma criança estranha sentada                                       
Brincando de nada
Bem pertinho de você.
É ter um amigo ao seu lado,
Numa vaidade certa,
Devorando um brigadeiro
Quando você está de dieta.



                                         
A tortura de um desejo é ter você bem perto.
Sentir o teu abraço,
Olhar nos teus olhos,
Desejar a tua boca
E dizer:... Desculpe, mas não posso!

(Valquiria Duarte)                           

                    

AMOR E SEXO!

Amor e sexo me dividem
Faça o eu fizer;
Amo uma linda virgem
E enlouqueço por uma mulher.
Uma me prende, me oprime,
A outra, faço o que quiser.
Sou o homem que decide,
Entre o amor de uma virgem
E a loucura de uma mulher.

Não tenha medo de me tocar,
Vamos ser o real.
Não há nada de errado,
Não vou lhe fazer mal.
Entregue-se pra mim!
E sinta, e viva!
É só o amor fazendo a coisa,
É só o amor que estás sentindo.
É só o amor fazendo a coisa.
É só o amor que estás me dando!

Amor e sexo me dividem
Faça o que eu fizer;
Ela não é mais virgem,
Mas ainda penso na mulher.
Uma me prende, me oprime,
A outra faço o que quiser;
Eis o homem que decide
Entre o amor de uma ex-virgem
E a loucura de uma mulher!

(Valquíria Duarte)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


MORTE MINHA!

Quando eu morrer
Quero ser maquiada
Com alegria estampada
Boca vermelho carmim,
Lápis preto no olhar
E sombra cinza fumê.
Quero que me cubram com rosas vermelhas.
Rosas da paixão.
Do que tenha morrido meu coração
Para lembrarem que fui apaixonada
Por tudo em minha vida; e pela vida.
Não quero chôro de tristeza,
Só de emoção.
Por tudo de bom que eu tenha feito;
Se é que eu tenha feito.
Não quero chôro de falsidade,
Só de saudade
Pelas loucuras que eu fiz.
E aos meus inimigos,
Deixo na boca um sorriso
De que a morte não me fez derrotada
E sim a marca registrada
De uma mulher que pelos homens foi amada,
E pelas mulheres invejada.
Que dirão:  outra mulher nunca amarão!
E nem mesmo no caixão,
Igual a ela nunca serão!

(Valquíria Duarte)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


IDENTIDADE:

Nome da alma? Sensualidade.
Maior prazer? Dançar.
Qual mistério? Saber amar.
Sofrimento? Frustrações.
Pecados cometidos? Arruinar corações.
Maiores castigos? Decepções.
Defeito incorrigível? Menor idade.
Pior castigo? Saudade.
O que tortura? Desejo.
Maior aflição? Não errar.
Qual dilema? Ser feliz sem pecar.

(Valquíria Duarte)

sábado, 10 de dezembro de 2011


AMOR E ÓDIO


Onde você estava?
Por que demorou tanto?
Os meus olhos estão vermelhos,
Não sei se de ódio ou se de pranto.
Com quem você estava?
Amiga ou amigo?
Por que me maltrata?
Por que faz isso comigo?
Não minta pra mim!
Não queira me enganar!
Você não me ama, só faz me machucar.
Eu odeio este teu jeito,
De ser livre, inteira.
Eu odeio esse teu jeito,
Tão doce tão meigo!
Você é tão linda que chega a doer.
Eu amo esse teu jeito!
Eu amo teu sorriso.
Mas ele é só meu!
Não divido com ninguém.
Você está proibida de olhar pra outro alguém!
Olhe para mim quando falar com você!
Eu te amo, p...!
Da minha paixão não corra,
Pois sou capaz de te matar
Pra matar esse louco amar.
Ahhhhh, perdoa!
Por Deus, me perdoa!
Eu não queria dizer isso.
Eu nunca faria isso.
Eu sou louco por você!
Senhor, o que há comigo?
Esse viver contigo está me levando para a morte.
Será essa a minha sorte?
Amor e ódio me transformam
Como o médico e o monstro.
Eu não sei o que fazer.
Eu não quero mais esse encontro
Mas sem você,  não quero viver.

(Valquíria Duarte)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011


AMOR E PAIXÃO

O calor que sai do meu peito
Queima minha'lma até as cinzas
E 'inda dizem que isso não é amor,
Apelidam paixão.
É o que me arde e me faz contar os minutos
Pra te rever oh,meu amado!
Tira-me o juízo, me faz audaz.
Encoraja-me e me faz capaz.
O medo é uma lenda
Que só existe de o povo contar.
O desejo é maior que a razão
E estar com você, meu coração,
É a melhor coisa do mundo!
Não importa como, nem a hora, nem o lugar.
Não importa quem esteja olhando
Não importa o escândalo;
Quero apenas te amar.
Olhar para teus olhos, tua face, tua boca,
E resistir ao desejo de te tocar
Ou não sentir esse querer, não é amar.
É olhar para um retrato sem vida, sem emoção.
Ah,não! Não é isso que diz meu coração
Quando olha dentro dos teus olhos
E ouve a doce voz que vem de dentro de você
Suplicando por um beijo!
E meu corpo ofegante na ânsia da sede
Treme na delicadeza engolindo em sêco
No medo que tua boca perfeita possa fugir.
E com gestos suaves toco com os dedos
Pra ver que não sonho.
Fecho os olhos e sinto o gosto
Pra ver que não durmo.
E não preciso deitar contigo
Para estar dentro de você,
Pois sopro minha alma em tua boca
E então entro em você
Para me abrigar no teu peito.
Digam o que quiserem ao pensar
Que em teu corpo só aplaco meu desejo,
Pois só eu é quem vejo
Que para te amar eu preciso te tocar.
Porque os sentimentos da minha alma
Se traduzem no toque.
Pois não sou de todo espírito
E nem de todo mortal.
O meu amor é imortal,
Mas enquanto há vida em mim,
Meu sangue ferve por você.
Minha carne queima e meu coração
Bate descompassado.
E a minha alma que habita dentro de mim,
Queima junto comigo.
Será isso um castigo?
E por mais que relute pra sair de mim
Nem em meus sonhos encontro a paz.
Não sinto só amor.
Não sinto só tesão.
Com minha alma e com minha carne
Eu te amo com paixão!

(Valquíria Duarte)

LOBA


De todas as essências
Tenho das minhas preferências,
A pele.
Branca, alva, clara.
À minha mente me faz lembrar
A pureza das almas.
Aos meus olhos,
o leite da juventude
Pronto para ser bebido
Pela minha boca sedenta de desejos,
Numa voracidade de se lambuzar
Sem tempo pra respirar.

De todas as essências
Tenho das minhas preferências,
Os olhos.
Verdes ou azuis.
À minha mente me faz lembrar
Lagos e mares a mergulhar,
Aos meus olhos,
frutos maduros
Prontos para serem consumidos
Pelo meu olhar insaciável de desejos
Numa voracidade de perder a fala
Sem tempo pra pensar!

De todas as essências
Tenho das minhas preferências,
A inocência.
Idade e inexperiência.
À minha mente faz lembrar delicadeza.
Aos meus olhos, caça suculenta
Pronta para ser devorada
Pelo meu corpo sedento de desejos,
Numa voracidade de perder o juízo
Sem tempo pra dizer, não!

(Valquíria Duarte)

A COR DO PECADO


Carrego em minha face
Todo o meu pecado
Na negritude dos olhos
Toda a minha sedução.
Que saltam do trampolim do brilho
E mergulham nos oceanos de todas as cores
(Mel,azul,verde, negro)
Descobrindo todos os segredos
No esconderijo das almas,
Todos os desejos.
No vermelho marrom da boca,
O convite.
No perfume suave de flor,
O caminho.
No rebolado mulato,
O feitiço;
Fazendo de tudo isso
A fórmula da sedução
Que queima o coração
Desvairando o corpo calado
Unindo-os num só enlace.
Carrego em minha face,
A cor do pecado.

(Valquíria Duarte)