terça-feira, 3 de janeiro de 2012

INGRATIDÃO

Quantas dores pode suportar                                                         
Um pobre coração?
Quando para mim
A maior  é a ingratidão.
Amar é se dar, se doar
Se dedicar a alguém
Que nem sempre 
É capaz de reconhecer
Tamanhos sacrifícios
A intenção do que se quer fazer.                                                                  
Amar um homem, uma mulher
Um pai, um amigo, um irmão
Uma mãe, dentro da questão.
Amar um filho
É esquecer de si própria
Morrer para o mundo
Amor mais profundo.
Esquecer que é mulher
Esquecer que é um ser
Deixar de vestir
Deixar de comer
Muitas vezes deixar de viver,
Mas para quê?
Para ouvir palavras
Que penetram na alma
Dilacerando víceras
Sangrando e ardendo
Em dores tão insuportáveis
Que tiram as forças para gritar
Apertando o peito e a garganta
Num brado silenciado
Pela dor da ingratidão.
E para quê tudo isso?
Ter filho é padecer no paraíso
Como disse o poeta.
Terá sido disso sua morte então?
Ah, ingratidão!
Dor que me deixa desarmada
Porque meu amor é a única arma
A qual tenho para contra-atacar.
Criamos filhos para o mundo
Criamos filhos para a vida
Criamos filhos para amar.
Não são nossos filhos meus
São apenas filhos de Deus
E é o mundo, a vida, nosso Deus
Que vos farão ver
O que a falta de um amor
Será capaz de fazer.
Quantas dores pode suportar
Um pobre coração
Quando para vocês
A maior será, a solidão.   (Valquíria Duarte)

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